terça-feira, 13 de dezembro de 2011
Aquilo
quinta-feira, 20 de outubro de 2011
Tipi
Acordei dentro do tipi, na sombra quente da solidão, apenas
uma linha de luz atravessava o chão, traçando em luz a marca evidente de que
não estavas.
me seres em frente ao reflexo, a mais linda das partidas, apenas no ar a
fragrância dos teus cabelos, em mim, manadas de gritos perfurando o escudo e o
guerreiro, deambulando no fumo do sonho, esse mesmo que me come em cada momento
desperto, o sol avança, o espírito espreita pela abertura, o campo limpo de
sons, varre ligeiro o teu nome pelas colinas, transformando a terra em alma.
todas num respirar, custa-me deitar o vazio cá para dentro deste mundo, tão
limpo foi o teu gesto, aquando dos meus olhos se depararam no teu
ser...perdi-me pela ânsia de ter na mão apenas o meu punho, seco, seco, como o
deserto do passado, aparecerá diante das minhas costas a única paisagem que não
verei...dentro do tipi, não está ninguém.
A hora do vento chegou.
segunda-feira, 20 de junho de 2011
Vela Furada
Capaz a vida ser um sonho, e as acções pequenos adormecidos retoques sem intenção.
O coração é hoje cabeça, e situam-se acampados às portas da consciência, num cerco sem enganos, todos ou poucos dos pensares, julgo-me prisão, prisioneiro dentro ou fora.
Tudo isto é uma prisão sem porta, assim uma escapatória irá dar a outra, a liberdade a uma prisão.
O pensamento é um rio, ou se atravessa, ou se mergulha nele, não interessa o que vai nessa razão verdade, nada se compara ao nada de tudo.
A morte é uma representação física, das pequenas que vamos experimentando, adormecemos confiantes do acordar, morremos ali sem saber, nascemos em cada acordar, não sabendo deveras se somos o vivo ou o vivo do morto, cambaleamos rectilíneos nas ruas estreitas, avenidas a fingir dimensões de espaço, somos pequenos, pequenos, pequenos momentos, nem me lembro de respirar, nem me lembro de aspirar tal coisa, sou induzido, tal ferramenta de uma mão desconhecida, lá me governo ironizando a democracia, conceito feito armadilha, nós pequenos frutos, engraçados de observar, mas nós, somos apenas humanos e não outra coisa que exige atenção pela espada fria da presença.
Humanos não sendo inteiramente a palavra, nem o imundo passará a Mundo.
Nem a verdade saberá o seu nome, nem nós saberemos o que é op controlo, a contradição é o espelho que utilizo todos os dias para projectar as dimensões mais cómodas ao cônscio digerir, as esquinas, ruas do meu existir, objectos acrescentam-me valores, modificações mínimas que demarcam pela lenta cicatrização.
Os objectos colam-se ao meu dia, sem eles acho que às vezes não existiria, todo este corpo seria uma paisagem vazia, uma menos valia ao Ter
Nem acrescentos nem palavras, nem beijos doces amoras, nem dor ou doença, problemas de cabeça não são demência, nem saber controlar o riso numa desgraça nem delas deixar de rir.
Educados ou estimulados vai dar na educação ou estimulação, por condutas antes regras sem lei, educados como gado, coisas estreitas fazem pressão, e inchados por tanto disso, disfarçamos a dor, assim como assim, se morrermos todos vamos, mais vale ir a rir de tanto disparate.
Silêncio que eu sou só, vazio apenas pó, única vontade de um cônscio que julga estar só, isto são braços, assuntos pendentes, coisas que o falo assinala com tesão, eu falo entre dentes que não sou…mas sou!
Aproveito a comida e a comida aproveita-se de mim
Chamar-lhe-ia uma permuta, mas nada é meu, apareci da cartola e à cartola regresso, pela mão da magia sem mágico
Pela solidão que não existe sem nós, está o mundo só?!
Estás tu inominável tão só na grandeza insondável, tanto do ínfimo como ao contrário conceito, que do mesmo tamanho nome diferente?!
Estás tu Deusa-Mãe assim tão ausente de toda esta gente, aqui não há ninguém que não seja o seu contrário, enche a coragem de sangue o coração, exalas tu o ar, armas e armas no chão, farto de matanças, de crianças que não o são, farto silêncio que ninguém grita:
Vão se lixar, merda silêncio! Ajuda-me a esperar o correcto contra-tempo, de escutar, de falar com o ser completo, mesmo que seja fragmento a fragmento
Pergunta-me respondendo, responder-te-ei perguntando
Quem somos Eu?!
segunda-feira, 21 de março de 2011
amar go
Tens para mim o que me serve
Tens que me sirva o que te serve
Serve-me então na mesa o teu manjar
Dá-me garfo e faca,
Dá-me mesa e onde sentar.
Vê-me agora ingerir…vê-me ingerir no agora
O doce amargo sabor,
Da madrugada.Sombra nocturna
Ao luar ninguém me chama, pois não tenho nome, não há chamamento para mim, recebo na mente explicações que carecem de fim, defender cansa tanto como atacar, defende-se o que? Na noite adivinho o subterrâneo dos seres e sei exactamente o que almejam é o mais pequeno dos poderes, o ter, o consumir, o disfarçar uma alegria através de consumos, entregues, oferecidos, deixados ao abandono às mãos de um parasita etéreo mas perigosamente cíclico, o tempo é a distancia do dia em que nascemos ate ao dia da nossa (minha) morte, sem a morte creio que a vida seria uma recompensa injusta, porque não aceitar a morte como aceitamos (tão despreocupadamente) a vida, as letras, as palavras e soluções estão na atenção da percepção…a comida à boca, a boca à boca, o beijo, o toque, a aliança, o saber do sabor, o prazer que vai dos lábios ao corpo à mente à consciência e ao vazio, que é onde tudo vai parar, pois (se opcionalmente) levarmos para o cheio, ao uno, ao imenso, isto tudo dir-nos-á o mesmo…ao vazio ao pleno.
Escrevo símbolos de símbolos em equações líquidas, eléctricas, químicas…eu percorro em mim o maior dos mundos e ao mesmo tempo o mais pequeno, termino sem reflexo ao espelho, ao luar tudo cresce entre a habitual penumbra, choro apenas lágrimas, não há choro para mim, como também não tenho nome para se repetir até à exaustão somente o corpo, lapidado está o futuro dos que não lutam lutando e dos que não lutando têm a maior das guerras.
Ao luar o ouvido cresce até ser a copa de tudo o que vejo, e contrariamente ao que sinto, sei que o que sinto são também palavras, prosas, bússola a outro sentido, transforma-se então o sentir em sentir lógico em sentir comum em sentir prático em sentido e pelo sentido de sentir, atravessar por aquela velha estrada onde dizem ser proibido Ir.de pois
Depois de sangrar
Depois de gritar
Depois de atirar
Depois de me matar sem sucesso
Depois de ferir sem sexo
Depois disto tudo
Descanso por momentos a minha luta
Depois fica o quieto sentir, uma vida vazia, uma flecha sem arco, uma arma sem alvo, fome sem boca ou boca sem comida, divago já longe depois de sofrer, restam-me pedaços pequenos de prazer que utilizo como roupa e calçado, neste meu caminho fragmentado.
Palavras de tão fortes marcam severamente a fraqueza estrangeira, apetece-me largar esta pendente esperança, queria desfazer o duelo da minha dualidade, que mais é feita de preconceitos do que verdades, já a verdade é feita de mentiras, haverá então coragem sem medo? Amor sem ódio? Morte sem vida?
Não há dualidade, isso apenas somente ocorre aquando se defende em nós o ego desprovido dos membros que somos nós.parede quente
Através das paragens, reparo na textura nova destes sentimentos, uns já experimentados outros presenciados numa esfera sem fim, sem memória de começo, sem saber vou degustando o desvalorizar do valorizando, enfrento apenas com receio de não repetir, a montanha já russa de ser usada, da onda apenas encontrar o corpo, não a memória.
Tudo novo como nunca deixou de ser, luto em frente ao espelho, todo ele medida, eu, alma vestida, roupa igual, trocamos olhares divergentes, parte-se no plano espelhado a indiferença e banho-me dos pedaços, agora inteiros, a minha fragmentada imagem repartida também nos espaços vazios onde a luz não encontra via, contudo o morno silêncio da distancia murmura especialmente a cola de nova tentativa.quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011
abrigo
quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011
sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011
Indo Sendo
Não há nada que já não seja uma paz distorcida da paz sentida...pensada aliás
Transmigro já na volta do que fui
Estou então onde nunca estive.
O Balanço Já não leva nada que não fosse balanço do que tudo começou
Condenso desajeitadamente o Universo, que conhece mudar mundo em mundo, sinto como um vulto que não alcanço a origem.
Apanho-me nos fragmentos negros, juntos, a sombra do que fui, sem margens,
O meu prazer nunca é sem dor.
segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011
MENTIRAS ANTAGONISTAS
Qual arte? Qual artista?!...representações talvez todas defeitas dos efeitos, qual melhor ou superior, julgar isso dessa maneira, traz ao demente recordações alheias de ter cheiro a lucidez que usaste apenas como perfume,
Artista devoto à inspiração, faminto sem alucinar o mundo.
Não permanece qualquer eu, o artista sozinho seria condenado a esconder as suas ditas próprias criações de si próprio, por fim acenderia a fogueira das vaidades e com isso sobreviver uma noite mais, ao relento que seja das estrelas que caindo no olhar não encontra poiso de dormir a vida.
O artista é um tonto que não cambaleia no trilho gasto da ideia de criar, para ele o instante morde inteiro o desejo...a arte vomita o que o artista comeu…ou o que comeu o artista, assim lembra no chão a terra para dela o céu,
Entre ambos navegamos Ò esperanças, Ò tentativas de atravessar no rio o mar, na certeza de ter sido a arte o artista…a vida apenas ar no ar, o sonho a porta desta casa sem rua, sílabas pedra vidro ígneo do verbo, o ar-tista é um fôlego que repete incansável a mente em reparar na envolvência do manto, o acaso.
sexta-feira, 21 de janeiro de 2011
Meio Dia
Machado Sorridente
Escorrega na minha mão o machado sorridente da fúria, do ódio ser a mensagem tão bem percebida por quem a usa, escorrega este machado sem ter decepado os corpos translúcidos da podridão a contra-luz, contra o muro da contenção jurídica, aglomerando o sangue agora sem dono, escorrendo pelas fissuras doces do tempo.
Tempo limpo por horas de dores de gritos que nem o mocho da noite, ele também cansado de deitar pistas nas pistas das provas encobertas por descobertas fracas de parecerem elas, elas que adornam o juízo do comportamento normal, de ser normal adentro do absurdo que ela só por si…representa, se representa nunca pisou este palco que piso eu, de machado a escorregar ao chão sem ter feito o longo e alto gesto em silêncio, e percorrer num assobio apressado pelo espaço que o tempo abre...abre o machado sorridente no corpo, a divisão do concreto, que rebola desengonçado o ridículo.
o ciclo não se quebra, haverá sempre um filho da puta muito igual a nós, que merece tanto a comida que caga como a vida a morte, nascerá com o espaço aberto no tempo das oportunidades, do poder apenas ser, o que se impõem aos outros, poder é contornar as leis silenciosas do intelecto não do que é humano, mas propriamente do que não o é, poder, é poder calar as bocas até se preciso for de comer, de modos diferentes se calam muitos, uns por que discutem, outros porque iludem escutar, e entre o dizer e o que só se diz, vai a distancia que a fome sempre resolve.
escorrega por entre as minhas mãos o machado sorridente de sonhar matando todos os podres do tempo existente, ri talvez de mim por não erguer o seu reflexo à goela da ignorância, mas matar conceito por conceito é substituir os dois por um novo, ri talvez por saber que não sou capaz, matar apenas para resolver não é cabido, ri talvez por mim, vendo-me triste de sentir o hipnótico ver, mundos vaporizados segundo a segundo como nada fossem para quem os vive, destruição é criança que avisto nos actos pendurados dos homens que são mulheres também, o sexo é angelical nestes assuntos...quem comer desse conceito arrisca-se a um estado de azia permanente perante a carne.
ri talvez por ser a minha mão e não a minha vontade que o segura
e ri eu sei, de mim.