sexta-feira, 20 de março de 2009

apenas isto

de tudo aprendo
em pequenos espaços
tudo levo por relação
o portal é hoje visual
sensorial ao infimo
imagino isto, em cozer o manto para protecção
mas como me posso proteger de mim?
não me vendo,não saber onde esconder, vou educando lentamente ao minuto, toda esta engrenagem que sou feito, bebo e fumo poções
que apenas clareiam o passo
que dou.

domingo, 8 de março de 2009

Caifundo já morrera tantas vezes
Porem nesta ultima mortenascimento sentira o murmurinho de vozes, de vivências, de alguém, sim era isso!!
De muitos alguens, de todos, de saber como um paladar se desmancha na língua.
Ali estava e era qualquer coisa.
Caifundo nesse dia resolveu sair….e onde?
Que lugar escolher depois de tantos anos em retiro?
Tinha renunciado andar na rua com a sua cadeira de rodas.
Eram poucos e sempre discriminados, objectos andantes sem corpo, o olhar dos restantes pasmados com esta deslocação tão diferente do que se diz ser o andar.
Esforçavam se por reconhecer a pessoa , mas apenas tinham sucesso em reconhecer os objectos, uma muleta, uma cadeira de rodas, algo que fosse inanimado, que os liberta-se do humano, daquela parte antiga insistente em cada encontro, que os ditos comuns, tanto no andar, como no parecer, disfarçavam tão delicadamente está tentativa de aproximação ou curiosidade em outro ou qualquer ser, a espontaneidade era coberta pelo ser em comunidade moderna, o simples ignorar de presenças era estimulado, resumindo para somente no núcleo da família, espaço para a noção de amor surgir, ou algo que sendo tão contraditório possa mesmo existir sendo outra coisa.
A pressão tinha feito dos seres, algo que humanamente fosse impensável, a própria autonomia ao esquecimento, algo que encolhe, contrariando o efeito da luz do sol.
Um antídoto à consciência, parecendo estes mais parecidos a objectos, a ferramentas, a peças, que os que não encolhendo esta consciência, que deslocando a sua presença por veículos, por objectos/ideias/utilidade avançam, querem pois o aumento a que estão habituados, a uma percepção imensa de reconhecer todos em todos.
Caifundo visualizava sem dificuldades a rede que os envolvia, a teia onde esbarravam, e os poucos que ao sentirem-se presos, seguiam disfarçando todo este episodio.
do amargo ao doce
ao riso do choro
sou mais a alegria e mais o desgosto
sou a empatia, o encosto, um muro transformado em linha rasa
dos que amo não por querer, e nunca por não querer, algo me escolhe a direcção
dando-me o presente inigualável, respiro, inspiro naturalmente esta estadia de sentir o mais que estar vivo.
O vazio completo antes de nascer, o completo conteúdo de um nada, que sendo isso, é já tudo.
Assim esquecer-me, tira o juízo da vista, do amor sem letras escritas
O instante são os movimentos que lançamos como sementes, eu perdido mesmo em mim, não me perco à vida, vou de boleia e a conduzir
Posso e não o posso, esta falta que é o que falta ao poder, para ser completo…é o que faz surgir,
Na minha figura violenta, o beijo