terça-feira, 27 de maio de 2008

molde liquido

A minha passagem etérea nalgum rio, faz subir a lama depositada no solo

Assim como as memorias, as recordações, as passagens ao passado ilusório

Não o há! O que há, é este instante, esta explosão de momento em momento

Uma vida que nasce, dentro de outra, da nossa

Caminho em pés calejados

São as pedras agora um carinho

As dores em flor

Os choros em riso…em riso

E os amores em infinito

Ideias são pedaços que fazem cordas

Por onde subimos

O natural da vida é irmos…é morrermos

Ser o conteúdo do imenso ao vazio

Alegrai-vos, pois nada

É impossível!!!

sinais do (in)possivel

A pintora cega ao mundo das palavras ou o mundo das palavras cega à pintora?

Ela sabia quando a luz estava

E quando a luz da noite entrava

Cega num sentido justo, de uma contrariedade ser a razão e sustento do seu inverso

Ela sabia todas as cores como paladares, um mestre fragmentado nas possíveis misturas e momentos.

Momentos condutores de grandes eternidades

Simples…como alcançar a tela, uns tímidos perscrutam, outros planam sem saber o porque

Vestia o mundo ao qual cegava, ao que o mundo não podia ver

Tais sentidos, as palavras quedam-se ombro a ombro

O balanço de poucos tem o valor da altura

E isso, é também o que dura, como a pintura, com a irmã perspectiva

De mostrar que aquilo que nos segura, é uma semente na sua luta

Ora a luta é permanente

Não é a pintora que nega, nem o mundo o exige

Pois os dois são a mesma estrada e ambos peões

Barcos em luz

Ave tecido silencio

A vontade é improviso

Todos nós em cada movimento, a tinta como sangue vai levando o necessário,

Algo vive, que parecendo distante

Somos nós de perto

Alturas subtis fazem uma imagem, uma colocação existencial

Sabia…que o impossível é também tela

O mundo não nega, porque não vê

O evidente é a subtileza, de o mundo ser toda esta gente estranha

Que nunca se conheceu