A pintora cega ao mundo das palavras ou o mundo das palavras cega à pintora?
Ela sabia quando a luz estava
E quando a luz da noite entrava
Cega num sentido justo, de uma contrariedade ser a razão e sustento do seu inverso
Ela sabia todas as cores como paladares, um mestre fragmentado nas possíveis misturas e momentos.
Momentos condutores de grandes eternidades
Simples…como alcançar a tela, uns tímidos perscrutam, outros planam sem saber o porque
Vestia o mundo ao qual cegava, ao que o mundo não podia ver
Tais sentidos, as palavras quedam-se ombro a ombro
O balanço de poucos tem o valor da altura
E isso, é também o que dura, como a pintura, com a irmã perspectiva
De mostrar que aquilo que nos segura, é uma semente na sua luta
Ora a luta é permanente
Não é a pintora que nega, nem o mundo o exige
Pois os dois são a mesma estrada e ambos peões
Barcos em luz
Ave tecido silencio
A vontade é improviso
Todos nós em cada movimento, a tinta como sangue vai levando o necessário,
Algo vive, que parecendo distante
Somos nós de perto
Alturas subtis fazem uma imagem, uma colocação existencial
Sabia…que o impossível é também tela
O mundo não nega, porque não vê
O evidente é a subtileza, de o mundo ser toda esta gente estranha
Que nunca se conheceu
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