Ao luar ninguém me chama, pois não tenho nome, não há chamamento para mim, recebo na mente explicações que carecem de fim, defender cansa tanto como atacar, defende-se o que? Na noite adivinho o subterrâneo dos seres e sei exactamente o que almejam é o mais pequeno dos poderes, o ter, o consumir, o disfarçar uma alegria através de consumos, entregues, oferecidos, deixados ao abandono às mãos de um parasita etéreo mas perigosamente cíclico, o tempo é a distancia do dia em que nascemos ate ao dia da nossa (minha) morte, sem a morte creio que a vida seria uma recompensa injusta, porque não aceitar a morte como aceitamos (tão despreocupadamente) a vida, as letras, as palavras e soluções estão na atenção da percepção…a comida à boca, a boca à boca, o beijo, o toque, a aliança, o saber do sabor, o prazer que vai dos lábios ao corpo à mente à consciência e ao vazio, que é onde tudo vai parar, pois (se opcionalmente) levarmos para o cheio, ao uno, ao imenso, isto tudo dir-nos-á o mesmo…ao vazio ao pleno.
Escrevo símbolos de símbolos em equações líquidas, eléctricas, químicas…eu percorro em mim o maior dos mundos e ao mesmo tempo o mais pequeno, termino sem reflexo ao espelho, ao luar tudo cresce entre a habitual penumbra, choro apenas lágrimas, não há choro para mim, como também não tenho nome para se repetir até à exaustão somente o corpo, lapidado está o futuro dos que não lutam lutando e dos que não lutando têm a maior das guerras.
Ao luar o ouvido cresce até ser a copa de tudo o que vejo, e contrariamente ao que sinto, sei que o que sinto são também palavras, prosas, bússola a outro sentido, transforma-se então o sentir em sentir lógico em sentir comum em sentir prático em sentido e pelo sentido de sentir, atravessar por aquela velha estrada onde dizem ser proibido Ir.
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