quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

harpa vasati

alegrai-vos almas
porque as tendes...
e o mundo é feito delas
desfaz-se delas sem proveito
as almas mortas ou vivas
andam sempre por perto

respira, isso faz-te bem
ama, que isso faz-te melhor
insiste sem tocar, que é obra.
ter pelo menos lugar, à Loucura

fura sem deixar buraco ou fissura
bate forte sem som
incita mesmo o que perdura
mesmo, um segundo só

a ilusão da vida é a ternura,
de durar,
o sonho que quisermos ter
a verdade é a mudança
criança...a rir
como vós almas
quando vos toca a vida
lembram os loucos
a viver

Um comentário:

Patrícia Taz disse...

De escritor de prosa tornas-te poeta.
Como explicar esse dom em ti?
Sem teres tempo a perder, sai-te um poema de uma intensidade extrema e, de tão profundo, escorrem-me lágrimas tuas pela face.
Ah... Se agora te visse, houvesse alguém que me agarrasse...
Puta que pariu!...
Quanto mais te drago, mais me afundo no teu sentir, num mergulho sub terráqueo em teu corpo oprimido.
Almas, cordão umbilical, umbigo.
Obscura mente. No denso negro vejo o teu brilho. O Sol das minhas noites, a Lua dos meus dias. Noites frias...

Beijo, Poeta Negro