quinta-feira, 26 de agosto de 2010

RECORRO ÀS PALAVRAS

Umas secas, outras húmidas nos lábios, estas molhadas, outros lençóis
Estas unicamente aqui neste instante preciso…a ti a…ti…a ti.
Faz-me agora o melhor da palavra, escuta, eu falo, tu acolhes dessa ponta o relato imediato do que nos está a acontecer.
Eu falo e tu desbravas pelo manto solúvel da imaginação, e acredito que é tão importante senão o coração ter ouvidos como ter voz.
Vós o coração, eu o feliz batimento, em ti a vibração ecoa.
É com pontes que se fazem travessias
Esqueçamos as quezílias do passado ao eu.
Coragem para actuar sem julgamento, que nós não somos juízes, mas sim aprendizes.
Não um mas uma multidão repleta, concisa, tão junta como o ar, entre nós não há mais separação do que aquela que queremos criar, caso contrário era dizermos que só somos para nós, que assim todos, mas todos teríamos nascidos sós
Sem mãe nem pai nem parto
Mas tal não aconteceu, mas de facto este nosso acto já germina a revolução.
Basta uma brecha no escuro para nos chamar a atenção.
Aquilo a chamamos muro foi feito à mão, ora, embora não reagir ao que não acreditamos
E só, somente existir ao que somos
Sonhos exagerados, púnhamos o possível aqui in louco
E porque não!? Que mais fazer da vida? Não fazer nada?
Isso dá um trabalhão, mais vale saber que da mesma maneira que o vosso intelecto é o mesmo sonho que aqui presencio, tal como o som só se faz do vazio
Eu agora não falo mas oiço o mesmo relato, cruzamos e deixamos pegadas na realidade
Vivemos todos no mesmo quarto e usamos por vezes a metáfora como lanterna
E nós todos sabemos o que mais “É” nesta pequena sala, é sermos fruto, é a nossa troca das vozes pelos silêncios, é segredo, e eu a ninguém digo que vi a mesma estrada, a mesma árvore, a mesma abertura por entre a verdade e aquilo que é, eu também nasci ou há dúvidas?
Com ajuda decerto, mas os meus olhos, os meus olhos, fui eu que os abri!

Nenhum comentário: