sábado, 10 de abril de 2010

Quero ir

quero ir
sem nunca ter ido
quero ser sem ter sido
queria pertencer a todos os foras dos significados
cansado de ver e ouvir
todas essas brincadeiras dos eus
parem com isso,matem-me de uma vez só
queria que parassem
com todas esas palavras gastas e bolorentas que a razão só sabe debitar
não vês, que eu sou apenas o que podes reparar como reflexo.
o teu reflexo, por mais que o estranhes é um facto
um teatro, um ensaio que nunca dará o pretendido
é que o pretendido veste-se do improvável
nascer afinal escolhemos..ó tanto que escolhemos que aqui estamos...iremos
na doçe maré da morte, que não sabendo ao que sabe...nem medo ou ventura
é uma luz que se acende e se desvanece
tudo isto em ternura

2 comentários:

Patrícia Taz disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Patrícia Taz disse...

VAI POR MIM


Vai…
Caminha pela berma da estrada.
Não percas a calma. Despe essa pele,
veste-te de alma num corpo que se rebele.
A vida na palma da mão ou no fio da navalha.
Ténue linha…

Mas vai.
Esquece a azáfama, frenesim da amálgama.
O não ou o sim. O grito de vozes por osmose,
em grandes doses, e parte em apoteose.
Para sair é melhor assim. Vai por mim.
Ariscos rabiscos…

Vai…
Sê sem teres querido ser nem um só significado.
Ao toque do sino a brisa veio para afagar teu peito.
Passado a pente fino, sem tino, amores sem proveito.
Desafinado destino, rosto merino reflexo espelhado.
Riscos de esboço…

Anda, vai.
Que estas águas revoltas são as da monção,
meras notas soltas, refrão de canção. No fundo,
por mais rotundas voltas que dês ao mundo,
a música que ouvirás será o bater do coração.
Traços de retrato…


Beijos com vida (própria)