terça-feira, 27 de abril de 2010

a terra sabe...

Eu desmedido, sem volume expresso
Poderá ou pode, as palavras fazerem o mesmo que o sangue
Discorro em mim ou algo parecido
Com o que sou se mostra completo
E único na diferença
Esta procura já faz parte da parte
Que se tenta encontrar
Eu como início não sou o meu fim
E por vezes, agora senão muitas
Transmigro naturalmente ao meu intuito
Recolher a energia fulcral
Fazer do meu papel
Folha entre as muitas
Que constituem a Árvore da Vida


Divido-me quando não o posso
Quando o não posso
Divido-me
Sonho nos outros o que há em mim
E em mim o que já é dos outros
E eu nunca serei mais o ser que queria ser alguem
E eu sou ninguem
Ninguem!!!
Com todos os Eu’s, os Teus e os Deles
Eu a ser Ninguem

probabilis

Se acordei neste sonho
Ou se do sonho regressei
Não reparo neles a distancia que possa existir
Nos mesmos olhos ou a mesma “existência”
Transpira e continua a transpirar
Pela única pele conhecida
Toda essa que cobre o existir

Pedaços de mim são migalhas
Coisas em mim esplêndidas
No entanto migalhas
Recebo do “onde não sei”
Pedaços deste pão
Desconfio em mim, mesmo os grandes pensares
Gigantescos sentires que são indícios´
Por vezes desacreditados de algo
Que não sendo maior ou menor
Arranca dos limites humanos
A sua própria dimensão
Esses pedaços todos juntos
Condensados nos meus olhos
Avisam-me que isto é Luz

sábado, 10 de abril de 2010

Quero ir

quero ir
sem nunca ter ido
quero ser sem ter sido
queria pertencer a todos os foras dos significados
cansado de ver e ouvir
todas essas brincadeiras dos eus
parem com isso,matem-me de uma vez só
queria que parassem
com todas esas palavras gastas e bolorentas que a razão só sabe debitar
não vês, que eu sou apenas o que podes reparar como reflexo.
o teu reflexo, por mais que o estranhes é um facto
um teatro, um ensaio que nunca dará o pretendido
é que o pretendido veste-se do improvável
nascer afinal escolhemos..ó tanto que escolhemos que aqui estamos...iremos
na doçe maré da morte, que não sabendo ao que sabe...nem medo ou ventura
é uma luz que se acende e se desvanece
tudo isto em ternura

quinta-feira, 8 de abril de 2010

estrela polar

nada se move
apenas a minha inquieta mente
que não sobrevivendo em aguas profundas..tenta sempre a profundidade
ai chegado, a distancia adormecida...os nexos...amplexos
dobrar-se-iam em paralelos medos em actos colossais
medo é medir a proporção ao nosso desejo...
um sol é irmão de outro...terá concerteza familia
nada se move a não ser este ser inquieto que se acalma agitando...agitando...ouvindo por fim, o enrolar delicado da espiral deste pulsar...mãe!

descansa no fim de tanta guerra
repousa as tuas armas cansadas de apontar uma certeza esquiva
repousa e repara como no fim de todos os sons...permanece apenas o teu bater de coração
o teu bater de coração.