Vejo o surgir do clarão, debaixo de lodo nevoeiro, vejo a fina luz
Quando a perco, perco sôfrego de mais enganado encontro-me e logo resolvo em me matar, não quero cá “outros” nem “outros eus”. Resolvo nada com uma única peça do puzzle.
Aqui, perco a sanidade e ganho uma louca sanidade, hoje já não sei quem sou, e saber quem sou, saberei quem fui?! Nada me interessa apenas o vago, o perdido, o que não volta da elipse, tenho tudo, quem diria?! Que nesta mortalha ressequida fosse eu encontrar o pleno, o extremo das dores no sorriso bonito de um estranho qualquer como eu.
Mas que caralho penso eu?
Quando é que a morte me mostra a vida que perdi, e isso que importa?!
Morrermos, nascermos pra que?! E se importa saber isso, a vida é, não as coisas que fazemos, que temos ou que damos. A vida prende-nos mesmo em liberdade mas não prende as nossas escolhas, é um transporte que faz apenas a sua prestação, uma oferta vindo do caralho que nos foda a todos!
Mais melifluamente te diria ao ouvido: Estamos todos fodidos, como quem diz que inevitavelmente todos perecemos, que tanto o belo como feio alternam-se, vagueiam em nós, que sejam feromonas cruéis de pânico ou lagoas cheias de espanto habituado quando vemos a vida, ela vê-se em nós, quais castelos ou fortalezas, isto acontece, converge para este tão esperado mas sabido momento, que aos poucos espreitemos todos a mesma janela.