domingo, 26 de abril de 2009

paragem benéfica

levanto-me e vou trabalhar, rio-me de mim, ver-me assim apressado, com a urgência da responsabilidade de cumprir, vejo os demais como eu mesmo, levantando, vestindo o apressar nos deveres, cumprimentando a quem os meus interesses amam, sirvo-me destes personagens como um outro insignificante Eu.
Tento fugir da amálgama, encontro-me sempre a voltar em cada beata lançada como moeda sem poço de desejos, eu entro, ela fica.
Os dias aperfeiçoam a lamina, o descuido o resultado, e quando o dia finda, eu saio, eu entro, mas não vou a nenhum lado, troco apenas de posição e julgo nisso, mudança de mundos, mas estou errado, eu é que não me vou salvar.
Porque ao salvar já estava a voltar de onde parti
E entre as coisas que sou…criam-se distancias, alcançam se outras
Agiganto-me para lá da minha ordinária substancia, e um novo sempre antigo existir enfrenta
A sua natureza

rosnar

A humanidade caminha só
Levando consigo biliões
Ao que uns poucos
Utilizam como anzóis
Fará parte então
Morder a quem nos morde
Cuspir a quem nos cospe
A acção mente-me pela consciência individual
Derreto-me ao tempo
Solidão

quarta-feira, 15 de abril de 2009

só isto

E ai vamos nós...no esquema dos esquemas
Do trabalho, da assiduidade, do escravo,
Nós, escravos não só de um modo de pensar, como de pensar que o mal é que é o bem
E atrapalhados em prol dessa dita Justiça...fodem tudo e todos,
O simples que é viver, tornou-se no menos apetecido de ensinar
E o Ser confuso pensa na descraça e na morte, e esqueçe todo o suporte que o sustém,
Mesmo antes de se libertar, comete suicidio, por que assim o educaram para viver
-Tens que ter isto!! E mais aqueloutro e mais um pouco daquilo
E isto não tendo, esmoreçe, os iguais colocam-no à margem ( que é sempre um inicio de outra coisa qualquer)
E isolam-no antes deste o fazer a si mesmo
Embrulhado duplamente, perde o norte, julga-se sem sorte e respira agora sem viver, chora a sua plena liberdade como um castigo, olvidando que o nascer é romper em pranto, é grito, é espanto,
É tambem um sofrer sem saber se é pouco ou quanto desse pouco é chamado de viver
Situo-me no escuro a ver
O que realmente surge
Apenas amor, apenas o bastante
Bastante apenas disto!