quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

parece que não é

a rua de volta
labirintos de prédios, com ratos lá dentro entretidos com a dor sorridente, gastam as vidas em solas.
engolidos por quem os vomitou, são a sopa quente das alimárias sobre todas as outras, mergulhados até aos timpanos em mesclas doentias...parecendo que o que é, é, não o que parece.

olvidar

o barco vira-se , virou-se na mais branda onda do amor
calei-me baixinho até à surdez
entupi o caminho, enchi, quando já mais não cabia
e a dor formou esquina na minha rua.
no mesmo sitio, na mesma hora de sempre, na mesma pessoa viva, no mesmo instante, uma atroz corda que não puxa ou segura
um sangue espesso em cola, dormencia, fatalidade prevista, à justa de ser bom, um deslizar ao esquecimento.

sem querer

Acordo de um sonho sobre um desejo
deixo a minha marca
inerente está todo um amor que não utiliza conceito ou barreira
amo, amo-vos a todos sem ter qualquer relação.
isso que vos relaciona não aumenta a vossa felicidade
aprisiona o selvagem
e dá-vos a corrente transparente da confiança em estado de ruina
iludidos pelo prazer, só o encontram (alguns) já a morrer
ama sem querer!!