A ouvir a terra bater no caixão transparente, a ver o espaço vazio que não ocupo, os sonhos como pregos, a voz como tampa, a poesia como fundo.
Enterrado vivo ainda a dormir sonhava algo, de ter sido criança e tudo parou, quando o escuro deu lugar à escuridão, quando o só viu nascer a solidão, neste sitio só faltas tu, tu que já vieste, tu que já foste e tu que ainda não encontrei e tu que não existes e tu que não sabes quem sou.
Aqui na letra símbolo, aqui no desenho do espírito sei que aquele barco que traça lento o caminho do esquecimento, sem remos, sem velas, sem vida, sou eu.