Capaz a vida ser um sonho, e as acções pequenos adormecidos retoques sem intenção.
O coração é hoje cabeça, e situam-se acampados às portas da consciência, num cerco sem enganos, todos ou poucos dos pensares, julgo-me prisão, prisioneiro dentro ou fora.
Tudo isto é uma prisão sem porta, assim uma escapatória irá dar a outra, a liberdade a uma prisão.
O pensamento é um rio, ou se atravessa, ou se mergulha nele, não interessa o que vai nessa razão verdade, nada se compara ao nada de tudo.
A morte é uma representação física, das pequenas que vamos experimentando, adormecemos confiantes do acordar, morremos ali sem saber, nascemos em cada acordar, não sabendo deveras se somos o vivo ou o vivo do morto, cambaleamos rectilíneos nas ruas estreitas, avenidas a fingir dimensões de espaço, somos pequenos, pequenos, pequenos momentos, nem me lembro de respirar, nem me lembro de aspirar tal coisa, sou induzido, tal ferramenta de uma mão desconhecida, lá me governo ironizando a democracia, conceito feito armadilha, nós pequenos frutos, engraçados de observar, mas nós, somos apenas humanos e não outra coisa que exige atenção pela espada fria da presença.
Humanos não sendo inteiramente a palavra, nem o imundo passará a Mundo.
Nem a verdade saberá o seu nome, nem nós saberemos o que é op controlo, a contradição é o espelho que utilizo todos os dias para projectar as dimensões mais cómodas ao cônscio digerir, as esquinas, ruas do meu existir, objectos acrescentam-me valores, modificações mínimas que demarcam pela lenta cicatrização.
Os objectos colam-se ao meu dia, sem eles acho que às vezes não existiria, todo este corpo seria uma paisagem vazia, uma menos valia ao Ter
Nem acrescentos nem palavras, nem beijos doces amoras, nem dor ou doença, problemas de cabeça não são demência, nem saber controlar o riso numa desgraça nem delas deixar de rir.
Educados ou estimulados vai dar na educação ou estimulação, por condutas antes regras sem lei, educados como gado, coisas estreitas fazem pressão, e inchados por tanto disso, disfarçamos a dor, assim como assim, se morrermos todos vamos, mais vale ir a rir de tanto disparate.
Silêncio que eu sou só, vazio apenas pó, única vontade de um cônscio que julga estar só, isto são braços, assuntos pendentes, coisas que o falo assinala com tesão, eu falo entre dentes que não sou…mas sou!
Aproveito a comida e a comida aproveita-se de mim
Chamar-lhe-ia uma permuta, mas nada é meu, apareci da cartola e à cartola regresso, pela mão da magia sem mágico
Pela solidão que não existe sem nós, está o mundo só?!
Estás tu inominável tão só na grandeza insondável, tanto do ínfimo como ao contrário conceito, que do mesmo tamanho nome diferente?!
Estás tu Deusa-Mãe assim tão ausente de toda esta gente, aqui não há ninguém que não seja o seu contrário, enche a coragem de sangue o coração, exalas tu o ar, armas e armas no chão, farto de matanças, de crianças que não o são, farto silêncio que ninguém grita:
Vão se lixar, merda silêncio! Ajuda-me a esperar o correcto contra-tempo, de escutar, de falar com o ser completo, mesmo que seja fragmento a fragmento
Pergunta-me respondendo, responder-te-ei perguntando
Quem somos Eu?!