sexta-feira, 13 de junho de 2008

dispersos

As importâncias em veias

A vida em pavio

Aproveitem as velas

Deste barco que partiu

É pouco, é muito pouco importante

Matar mais que viver

Encostado ao branco

Eu sirvo de contraste

E como outra coisa qualquer

Eu sou sem saber

Um dos presentes

Demoro tempo a regressar

A voltar a uma esfera à qual me falta vontade para ficar

À qual me puxa naturalmente

Sofro, não mais do que estar mal

Aguento como de leve se tratasse

Todo este peso dos dias.

problema 100

O problema bonito

O fruto seco

O mar revolto

O é não ser o que deve ser

A realidade elevada…por estar tão vazia

Tão leve de verdade

O problema bonito

É sempre um olvidar

Uma troca de permuta

Quando o perfume é desculpado

Por não o ser

O problema bonito

Somos nós

Que estando vivos

Temos problemas na vida

Na indecisão obrigatória de respirar

Já morto e enterrado

A vida é loucura

Não disso que se vende

E a imaginação que se aventura

Passa pelo idiota ao inteligente

Desligando ou não ligando

O que nos tortura.

para-ser

Fecho os olhos quando ando

E vejo tudo o que eleva o interior

E agora ao contrário dos impulsos exteriores

São estes levados na enorme força para dentro de mim

E aquando deste acontecer

Diluo, dissolvo-me e deixo de ser

Para o não-ser o conteúdo

Mas sim o que alberga

cabeça-dada

Quando as ilusões descambam numa só

Rio mansinho em tom de loucura

Fico numa só imaginária

Clarividência reconstituída

Resume-se a um total esquecimento

A algo que fica na memória/existencial

Sem que façamos força para lembrar

Posso assim, podemos todos…fechar os olhos